Olá pessoal, hoje apresentaremos a vocês uma história verídica de superação e luta que será dividida em duas partes. O relato de caso do senhor Jean Cloudy de Azevedo, que ficou paraplégico á 22 anos e desde então está engajado na luta pela pessoa com deficiência.
O acidente que ocasionou a deficiência do
senhor Jean ocorreu por causa de uma bala perdida, onde um dos projeteis
atingiu sua coluna cervical na altura de L1-L2. Seu relato começa a partir das
dificuldades de acessibilidade da época em que ficou paraplégico, comparadas às
dificuldades encontradas atualmente:
“Então assim no inicio era tudo difícil porque naquela
época (em 1993) a gente não tinha muita acessibilidade, a gente não tinha como
andar nos ônibus, a vida era um pouco difícil se você não tinha carro para
andar, se deslocar... Hoje, mesmo ainda sendo um pouco precário, mas a gente
ainda consegue (...)”
Sabemos que
nesse processo de readaptação a pessoa em questão vai “(Re)Descobrindo-se” e
para isso é de fundamental importância o auxilio de familiares e amigos, Jean
comenta sobre como, dentre outras motivações, o esporte foi fundamental para
ele nesse processo:
“ (...) quando comecei, o que me levantou na questão
como pessoa foi primeiramente Deus , a família, alguns amigos e o esporte...
Ah, o esporte foi fundamental para que eu pudesse me reabilitar dentro/ junto à
sociedade (...)”
Comenta também
que na época existia um projeto na UFPB em parceria com as associações de
pessoas com deficiência na prática de esportes, que se interessou e viu no
esporte a oportunidade de ter um recomeço. Dotado por esse sentimento começou
seu tratamento de reabilitação em Brasília, no hospital Sara Kubitschek e
quando retornou a João Pessoa aderiu a prática do basquete com cadeira de
rodas. Como qualquer pessoa engajada em um esporte, Jean nutria a esperança de
que conseguiria participar de algum campeonato junto a sua equipe, porém
recebeu um “banho de água gelada” do treinador:
“Daí então
passou um ano, dois, três e no quarto ano cheguei junto ao professor da época
que era o coordenador do projeto e perguntei para ele quando iriamos competir,
porque eu sempre gostei de competições, sempre gostei de representar meu
município, meu estado e ele falou para mim que não íamos porque dava muito
trabalho.”
Decepcionado com
a falta de incentivo vindo do coordenador, Jean saiu do projeto e em seguida
outros atletas seguiram o seu exemplo, causando assim o fim do projeto.
Infelizmente,
muitas pessoas não acreditam serem capazes de transpor as barreiras que
aparecem em seus caminhos, e quando o fazem dão a “sorte” de topar com pessoas desestimuladas
que realizam determinadas atividades, mas que muitas vezes não tem consciência de
como elas são importantes e representativas para determinados grupos, como foi
o caso do Jean no projeto... Eita danado, qual será o “Gran Finale” dessa
história? Continuem acompanhando o nosso blog e ao decorrer da semana iremos
postar a segunda parte para vocês!
Entrevista e Transcrição : Larissa Ellen Pereira dos Santos.
Escrito por: Maria Carolina Medeiros Trajano.
Adaptação: Luanna Fonseca da Silva.
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